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Cantor e compositor combinou hits e repertório de álbum ’24K Magic’ cinco anos após últimos shows no Brasil. Ele se apresenta de novo no Estádio do Morumbi na quinta (23).

Por Bruno Araujo, G1

Bruno Mars é uma fábrica de hits dos anos 2010, mas provou mais uma vez na noite de quarta-feira (22), em seu retorno a São Paulo após cinco anos, que seu talento não é só na produção. Ele volta a se apresentar no Estádio do Morumbi na quinta (23).

Quase sempre cercado pelos parças da banda The Hooligans, que também cantam, tocam e dançam, Bruno Mars rege uma pista de dança pop-rock-funk-boogie-night que vai da “sarrada” ao romântico sem perder o fôlego.

O cara mostra voz pra atingir as notas mais agudas, solta o quadril nos (muitos) passinhos sensuais à la Michael Jackson e faz até solo de guitarra. Rola ainda um momento atuação na fossa “Calling All My Lovelies”, quando puxa do bolso um telefone tijolo dourado e adapta a letra meio “posso ter várias, mas sofro por você” para um português esperto “eu quero você gatinha”.

Com Bruno Mars, dá pra cair na pista, soltar a franga, colar o rostinho e armar pro beijo em questão de minutos. O cara é bom.

O repertório da turnê atual combina hits lançados desde 2010, que já passaram a casa da dezena, ao álbum “24K Magic”, de 2016. E a primeira apresentação em SP seguiu o roteiro internacional e não teve parcerias como “Billionaire” e “Nothin’ On You”, que ajudaram a lançar Bruno Mars à fama. Mas o povo nem notou.

O show de cerca de 1h30 começa explosivo com o trio “Finesse”, “24K Magic” e “Treasure”, com direito a chamas e fogos no ritmo da música. Em “When I Was Your Man”, a banda descansa, Mars fica sozinho no palco e rola o momento mais retrospectivo da balada.

Mas logo em seguida o refrão extremamente chiclete de “Locked Out of Heaven” reinjeta ânimo e promove até um mini-bate cabeça no meio da pista – ou um pula-pula de festa de formatura, depende do ângulo.

“Uptown Funk” pinta no bis e mostra que, apesar de tocada à exaustão lá em 2015, faz o público esquecer da moda do “reggaeton” e tirar o pé do chão (ouça isso na voz de Rogério Flausino) com uma canção que é puro groove. A parceria com o produtor Mark Ronson, de fato, transcende a sua época.

O bonde não para, no entanto. Quem pulou o álbum novo de Bruno Mars mesmo assim deve conhecer ao menos duas faixas, a própria “24K Magic” e “That’s What I Like”, ambas com videoclipe. E há potencial para mais um par de sucessos, pelo menos.

Na suingada “Chunky”, a que mais deixa nítida a influência do clima “Off the Wall” de Michael Jackson no novo trabalho, Bruno Mars pede: “Quem tem bunda grande levanta a mão”. E você pensa que o público, além de cantar junto e entender muito bem a saliência do rapaz, faz o quê?

Já “Versace On The Floor” caminha pelo lado romântico do R&B dos anos 1980, com aquele teclado de Antena 1 e o ritmo pra dançar com um passinho pra lá e outro pra cá. Também lembra o rei do pop, mas na veia de “I Just Can’t Stop Loving You”, de “Bad”. O apelo retrô é forte, só que a música ganhou remix de David Guetta e pode pintar nas paradas mais dançantes.

Antes do show começar, há um pedido formal por gritos no telão e a plateia é obediente do começo ao fim. Mas nem precisava. As dancinhas libidinosas, piscadinhas e “sarradas” arrancam o volume do público, mas não são desnecessariamente sensuais na intenção de tentar maquiar uma falta de talento dos artistas.

Bruno Mars e banda equilibram os momentos de “sex appeal” com coreografias divertidas. E isso somado ao carisma do cara, seu faro para criar melodias que ficam na cabeça, o vozeirão inegável e a banda afiada, fazem da apresentação uma dose direta de puro entretenimento. Fica fácil entender como Mars levou prêmios de artista do ano, clipe, cantor pop rock e R&B, álbum pop rock e R&B e música R&B no American Music Awards 2017.

É tudo nosso com Bruno Mars, na dança ou no romance. Ou melhor, tudo dele. E apesar de ainda parecer incomodado com sua altura (1,65 m), se posicionando entre os parças mais baixos dos Hooligans nas coreografias e escolhendo enquadramentos nos videoclipes, o rapaz precisa sossegar. Bruno Mars, tu já provou que tamanho não é documento.

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